22 dezembro 2009

UE diz que Protocolo de Quioto "não é suficiente" porque não vincula os EUA e a China

A União Europeia defendeu, esta tarde, que o Protocolo de Quioto, que fixa metas para inverter as emissões poluentes em 37 países, «não é suficiente» para combater as alterações climáticas porque não vincula os EUA e a China.


No sexto dia de negociações na capital dinamarquesa, o ministro do Ambiente da Suécia, em representação da Presidência sueca da União Europeia (UE), instou a China e os EUA, responsáveis por 40 por cento das emissões globais, a comprometerem-se de «maneira vinculativa» na redução das emissões poluentes no acordo que sair da cimeira de Copenhaga.



Adreas Carlgren salientou que se no final da conferência da ONU sobre alterações climáticas, que termina a 18 Dezembro, o Protocolo de Quioto continuar a ser o único convénio internacional vinculativo que estabelece uma redução de emissões de gases com efeito de estufa, «não se poderá alcançar um acordo» que permita lutar de forma eficaz contra o fenómeno climático.



As declarações do responsável sueco surgem numa altura em que vários países em desenvolvimento, como o Brasil e a China, exigem que o "espírito de Quioto" não seja posto de parte e integrado no acordo que sair de Copenhaga.



Por sua vez, o comissário europeu responsável pelo Ambiente, Stravos Dimas, garantiu que o novo acordo político a ser alcançado «não quer matar o Protocolo de Quioto», que não foi assinado pelos EUA, mas sim «salvá-lo».



O ministro do Ambiente da Suécia lamentou ainda que, após quase uma semana de negociações, «não se tenha alcançado o suficiente», alertando que, se estas se mantiverem ao ritmo actual, «não se conseguirá o que tem de ser alcançado» até o final da próxima semana, altura em que chegam à capital dinamarquesa mais de cem chefes de Estado e de Governo.



Mesmo assim, Adreas Carlgren disse estar confiante de que a chegada a Copenhaga, neste fim-de-semana, dos ministros do Ambiente dos 192 países participantes na cimeira, permita acelerar o processo negocial e alcançar avanços «que os técnicos não estão a conseguir atingir».
O responsável sueco voltou a reiterar que a UE não «vai vender barato» a possibilidade de poder vir a aumentar o seu objectivo de redução de emissões de 20 para 30 por cento até 2020, em relação aos níveis de 1990.

Recorde-se que o Protocolo de Quioto entrou em vigor em 2005 (com sete anos de atraso) e, juntamente com a Convenção Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas, constitui o primeiro e único enquadramento internacional para o combate aos problemas do clima.

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