02 maio 2010

Obras públicas dividem Sócrates e Passos Coelho

O crédito da Banca não chegará a famílias e empresas se o Estado prosseguir as obras públicas planeadas, garante Passos Coelho; o Governo seguirá o planeado e vai avançar com as grandes construções previstas, assegura Sócrates. Teixeira dos Santos diz concordar.




Apesar do acordo de princípio entre PS e PSD quanto às medidas a tomar para retirar Portugal da mira da crise financeira, firmado na quinta-feira, a semana terminou com uma divergência de fundo entre os líderes dos dois principais partidos nesta matéria.



Anteontem à noite, em Coimbra, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, pediu um travão às obras públicas. Questionando a capacidade financeira do país, disse que significam, "a partir de 2013, um encargo adicional" para o Estado, anulando o esforço feito até então. Além disso, lembrou, também Cavaco Silva apelou à ponderação dos investimentos.



Por outro lado, garantiu que a Banca tem poucos recursos financeiros e que os estará a reservar para emprestar ao Estado, "secando" assim famílias e empresas. Passos Coelho admitiu, ainda, que a subida dos impostos poder ser "uma inevitabilidade, se as coisas piorarem muito".



Todos na Ovibeja



O primeiro-ministro, contudo, mantém a intenção de prosseguir com as obras. De visita à feira agrícola Ovibeja, onde foi fortemente vaiado, manteve o comboio de alta velocidade, o novo aeroporto, outra ponte sobre o Tejo e auto-estradas (só um troço de uma foi suspenso). Abandoná-las, disse, seria "desistir do futuro e do emprego". Além disso, defendeu que prosseguir com o Programa para a Estabilidade e Crescimento evitará dar "um sinal de desorientação" aos mercados internacionais, que têm deixado a dívida pública portuguesa sob fogo.



Também em defesa da estratégia saiu o ministro das Finanças. Desmentindo notícias que avançavam a sua oposição a investimentos públicos em tempo de escassez de crédito bancário, Teixeira dos Santos disse ontem concordar com a sua execução.



Também na Ovibeja, Paulo Portas, líder do CDS/PP, atacou as construções públicas, exigindo que o primeiro-ministro suspenda as decisões até 28 de Maio, dia de discussão no Parlamento dos investimentos do Estado. Os projectos, afirmou, custarão "12 mil milhões de euros", um "despesismo em tempo de crise", entende.



Um livro na discórdia



Na troca de argumentos entrou Marco António Costa, vice-presidente do PSD, que desafiou Sócrates a uma "leitura mais aprofundada" do livro "Mudar", de Pedro Passos Coelho. No texto, disse Sócrates, o líder laranja defendeu obras como o aeroporto.



Ontem, Marco António ironizou: "Fico satisfeito com as escolhas literárias do primeiro-ministro, mas as pessoas que o aconselham não deviam sublinhar apenas algumas partes", já que, lá, é defendida a sua "suspensão durante três anos", devido à conjuntura, afirmou.

Comentário: Realmente, há muito que dizer. Já não se esconde a ninguém, na semana passada na televisão foi anunciado que Portugal entrara na bancarrota. E o que é que o nosso José Sócrates defende? obras públicas... não deixa de ser irónico! Portugal sem dinheiro, com empréstimos no estrangeiro e ainda incentivam a obras dispendiosas? tudo bem que gera emprego mas não vai tirar o nosso país dos empréstimos porque essas obras implicariam ainda mais empréstimos. Portugal não precisa de estradas nem aeroportos ou pontes... por amor de Deus, Portugal é um dos países (senão o país) com mais auto-estradas a níval europeu. Nos temos acessos não precisámos disso. No tempo de Salazar sim foi necessario grandes obras mas a nossa acessibilidade era quase nula, agora em pleno sec.XXI duvido que isso vá atenuar a situação.

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