31 janeiro 2010

Notícia do dia: Dez americanos detidos quando tentavam sair do Haiti com 33 crianças

Um grupo de 10 cidadãos americanos da igreja baptista encontra-se detido em Port-au-Prince, capital do Haiti, quando tentava sair do país com 33 crianças.

O grupo, a maioria do estado norte-americano de Idaho, foi detido na noite sexta-feira quando viajava num autocarro com crianças haitianas com idades entre os dois meses e os 12 anos, sem documentos de adopção, indicou o ministro das Comunicações do Haiti, Marie-Laurence Jocelyn Lassegue.

O grupo alegou que ia levar as crianças para um orfanato na fronteira com a República Dominicana, onde se concentra grande número de refugiados haitianos depois do sismo que devastou o país em 12 de Janeiro.

"Com este caos, estamos a fazer a coisa certa", afirmou a porta-voz do grupo, Laura Silsby, citada pela agência Associated Press, nas instalações da polícia em Port-au-Prince, onde os americanos permanecerão até segunda-feira, dia em que serão presentes a um juiz.

O plano consistia em juntar até 100 crianças e levá-las de autocarro para um hotel em Cabarete, uma estância balnear na República Dominicana, que o grupo estava a transformar num orfanato, segundo a porta-voz do grupo.

Laura Silsby disse que o grupo, que incluía cidadãos dos estados do Texas e do Kansas, tinha a melhor das intenções e não pagou para levar as crianças, que afirmou terem sido indicadas pelo pastor haitiano Jean Sanbil.
A porta-voz do grupo explicou ainda que as crianças tinham sido entregues ao pastor haitiano por familiares afastados e que os únicos que seriam indicados para adopção seriam aqueles que não tivessem familiares que pudessem cuidar deles.

Questionada sobre se não considerava ingénuo atravessar a fronteira do país sem documentos de adopção numa altura em que os haitianos estão preocupados com o tráfico de crianças, Laura Silsby respondeu: "De modo algum. É exactamente isso que estamos a tenta combater".

O ministro dos Assuntos Sociais e do Trabalho, Yves Cristallin disse que o grupo de cidadãos americanos é suspeito de participar num esquema de adopção ilegal.

Numerosas crianças foram adoptadas desde o tremor de terra que devastou o Haiti e fez cerca de 170.000 mortos.

A UNICEF e outras Organizações Não Governamentais (OMG) têm vindo a registar crianças que podem ter sido separadas dos pais.

O Haiti impôs novas formas de controlo sobre as adopções desde o sismo, que deixou milhares de crianças sem pais ou separadas das suas famílias.

O governo exige agora que seja o primeiro-ministro, Max Bellerive, a autorizar pessoalmente a saída de qualquer criança, como forma de prevenir o tráfico.




Comentário: Sem dúvida torna-se complicado avaliar uma situação como esta. No Mundo de hoje, mesmo actos de caridade são interrogado, tal como este. Mas a interrogação reside aqui. Será que foi mesmo um acto de caridade? Ou mais um acto de aproveitamentamento? Pois é, não nos compete a nós decidir..Mas infelizmente cada vez são mais raras as pessoas que fazem as coisas por carência aos outros. Mas são situações como estas que nos fazem pensar.Pelo menos pensamos que ninguem teria coragem de se aproveitar da situação que o Haiti está a ultrapassar para usar as suas crianças para tráfico, pedofília.. É triste termos que pensar nisso, mas infelizmente acontece e cada vez mais nos apercebemos dos actos repugnantes que os humanos conseguem fazeer,como vender crianças a 15 euros quando a situação do país está profundamente degradada..Enfim, nada podemos fazer para parar o avanço destas atrocidades...Felizmente, pode ser que comecem a "apanhar" estas pessoas.. caso contrário o mundo vai continuar perdido...

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