Nos corredores da Cimeira de Copenhaga começou a circular um documento que poderá colocar em risco os resultados da reunião desenhada para discutir o clima do planeta para as próximas décadas. O projecto dinamarquês contempla mais poder aos países ricos e remete as Nações Unidas para um lugar secundário nas futuras negociações sobre alterações climáticas.
O texto estabelece limites diferentes até 2050 para as emissões de carbono per capita de países desenvolvidos e em desenvolvimento e prevê ainda a criação de uma nova categoria dentro dos países pobres: os países mais vulneráveis.
Numa reacção a este documento, o chefe da delegação do Sudão - país que preside ao Grupo dos 77, que representa 130 países em desenvolvimento - falou em "ameaça ao sucesso das negociações".
Na opinião de Lumumba Stanislas Dia Ping, trata-se de um texto que constitui "uma grave violação que ameaça o sucesso do processo negocial de Copenhaga".
As críticas partiram igualmente das organizações não-governamentais (ONG) que temem agora que as Nações Unidas sejam colocadas à margem do processo negocial num acordo sobre o aquecimento global.
Delegações de 192 países estão reunidas até 18 de Dezembro na capital dinamarquesa naquele que é o mais importante encontro até hoje realizado sobre o clima.
Costa Rica quer ser exemplo
A Costa Rica quer ser um dos primeiros países do mundo com zero emissões de dióxido de carbono, objectivo colocado para dentro de 11 anos.
Decidida a tornar-se um exemplo no combate ao aquecimento global, a Costa Rica juntou-se às Maldivas e à Noruega na corrida ao título de país sem emissão de gases com efeito de estufa.
A Costa Rica quer atingir a meta a que se propôs em 2021, sendo que a principal dificuldade do país está no sector dos transportes, razão pela qual foi aprovada a criação de um novo sistema ferroviário nacional que irá custar centenas de milhões de euros, numa clara aposta do Governo na tecnologia, por um lado, e na mudança das mentalidades, por outro.
Apesar das dúvidas dos ambientalistas, a Costa Rica demonstrou já a sua capacidade para se manter na primeira linha de defesa do planeta quando na década de 1980 promoveu o abate sustentável de árvores e o eco-turismo, antes mesmo de as alterações climáticas fazerem parte da agenda política internacional.
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